Nova licitação da rodovia, que engloba o trecho onde aconteceu o acidente com profissionais da BMW, será lançada em agosto
O trecho da BR-280 onde aconteceu o acidente que matou quatro passageiros de um Chevrolet Cruze, em Araquari, faz parte do lote 1 da rodovia, cuja duplicação não tem data para começar.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) ainda precisa lançar um novo edital que vai definir a empresa responsável pelas obras. Por meio da assessoria de imprensa, o órgão informou que o novo documento já está pronto e que a licitação por regime diferenciado de contratações (RDC) eletrônico está prevista para agosto, mas ainda sem dia definido.
A licitação que havia definido a empresa Sulcatarinense como responsável pelos trabalhos no trecho de 36,9 quilômetros, entre a BR-101 e São Francisco do Sul, foi cancelada pelo DNIT no dia 12 de fevereiro. A decisão do órgão colocou um ponto final em uma batalha jurídica.
Outros consórcios que disputavam o direito de realizar as obras questionaram o resultado final, alegando que a vencedora havia descumprido requisitos estabelecidos pelo edital. O superintendente do DNIT na época, João José dos Santos, reconheceu que “com a luta judicial, ficaria inviável qualquer decisão”.
Desde então, toda a região Norte, que há pelo menos 13 anos espera pela duplicação, aguarda algum sinal concreto de que a obra saia efetivamente do papel.
O DNIT chegou a informar que um novo edital seria lançado em fevereiro, com a abertura dos envelopes no mês seguinte. Mas os prazos foram sendo prorrogados e o processo não evoluiu.
Enquanto as coisas patinam na esfera pública, empresários da região se mobilizam para tentar agilizar o processo. O presidente da Associação Empresarial de Joinville (Acij), João Martinelli, revela que já enviou um convite à ministra Ideli Salvatti para uma reunião na entidade. Titular da pasta de Relações Institucionais antes de assumir a de Direitos Humanos, Ideli era uma das articuladoras da duplicação junto ao governo federal.
— É muito triste, para não dizer vergonhoso, que continuemos a perder vidas de uma maneira tão estúpida.
O presidente da Associação Empresarial de Araquari (Aciaa), Jorge Laureano, reforça o coro, lembrando que o trecho é o mais movimentado da rodovia devido ao transporte de mercadorias até o Porto de São Francisco do Sul.
— Para fazer estádios de futebol, gastam-se bilhões, porque dizem que é obra emergencial e não precisa de licitação.
Por que uma obra bem mais barata precisa de várias licitações e também não pode ser emergencial? – questiona.
(Fonte: Diario Catarinense)